93% dos brasileiros assistem a séries, aponta estudo



As séries retratam o espírito da época atual mas, além disso, hoje em dia elas também são uma representação de cada indivíduo. Segundo a edição de 2022 do estudo "Eu nas Séries", da NBCUniversal Brasil, cerca de 93% dos brasileiros, algo como 115 milhões de fãs, acompanham séries atualmente – em 2018, na primeira edição da pesquisa, essa porcentagem era de 51%. Desse público total, 60% aumentaram o consumo durante a pandemia, e o motivo principal por trás desse comportamento é a busca por conforto.

Brasil segue tendência mundial

Outro dado revelado pela pesquisa é que 66% dos fãs gostam de séries em que se identificam com os personagens e 39% afirmam que as séries que assistem ajudam a contar sobre quem eles são e como se sentem. Essa sensação tem um nome: Domestic Cozy, uma tendência mundial que expressa a busca pela individualidade, aquele conforto em ser quem você é e de poder escolher o que você quer sentir.

"A pandemia foi, sem dúvidas, a grande responsável pelo surgimento da Domestic Cozy. E essa sensação de conforto, de aceitação, ajudou bastante os brasileiros a passarem por esse momento com uma certa leveza. É um comportamento que não se reflete somente no consumo de séries, mas em diversos outros aspectos da vida caseira, como o uso de roupas e a criação de espaços mais confortáveis em casa e o consumo de comfy-food", afirma Gabriel Williams, Head de Marketing e Produto da NBCUniversal Brasil.

Por outro lado, existem diferentes motivações para se chegar ao conforto. De acordo com a pesquisa, 90% dos brasileiros consomem séries como uma fuga do caos, dos problemas do dia a dia; outros 50% têm o objetivo de aprender algo, de sentir que faz parte de um grupo; e 32% buscam se imaginar dentro das histórias.

Os principais gêneros 

Atualmente, mais de 400 séries são transmitidas nas diversas plataformas de streaming ou canais de TV. Neste universo, 12 gêneros diferentes fazem sucesso, de ação a infantis.

O Top 3 dos gêneros que os brasileiros mais gostam de acompanhar são Ação (70%), Policial/ Investigativo/ Criminal (64%) e Aventura (59%). Os brasileiros também curtem séries de ficção científica (56%), comédia (54%) e terror (44%).

Os consumidores 

Existem quatro principais perfis de consumidor de séries no Brasil. O primeiro é o "Non-Stop", aqueles que maratonam as séries, os "viciados", que se sentem amigos dos personagens e se identificam com as histórias. Este grupo equivale a 21% dos brasileiros que acompanham as séries e é formado, majoritariamente, por jovens, mulheres, da classe A das regiões Nordeste e Sudeste.

O "Social Indie" são os que curtem séries menos convencionais, que não fazem parte do mainstream. Este público assiste com um olhar mais crítico e equivale a 20% dos brasileiros. É um grupo composto também por jovens, mulheres, do Nordeste e Sudeste, mas da classe C.

"Fun & Escape" é o grupo que não demora para escolher uma série para assistir – se parece legal, eles dão o play; se não gostarem, procuram outro título. Este público não costuma se prender a uma série, mas valorizam aquelas com temas interessantes, especialmente se for recomendação de um amigo. 35% dos brasileiros são "Fun & Escape", especialmente mulheres entre 35 e 44 anos de idade, do Sudeste e Sul do Brasil, concentrados nas classes A e C.

Por fim, parecidos com o "Fun & Escape", os brasileiros do grupo "Casual Relaxation" não perdem muito tempo escolhendo uma série para assistir, eles se interessam de forma leve pelos conteúdos sem serem tão aficcionados quanto os demais. O volume de brasileiros que se identificam com esse comportamento equivale a 24% e é composto, principalmente, por homens, com destaque para a geração Baby Boomers, do Sul do Brasil e da classe C.

Onde e quando assistem às séries 

Segundo a pesquisa, 98% dos brasileiros assistem às suas séries nos seus sofás ou camas. Mas há outras opções: 6% veem séries no trabalho, 5% em filas, salas de espera e transporte público e 2% veem na escola/ faculdade.

O estudo da NBCUniversal também revelou que 83% dos fãs de séries preferem assisti-las pela TV, numa tela grande. Outros 50% preferem uma tela menor, como a do smartphone, especialmente entre os "Non-Stop". Já 22% costumam acompanhar suas histórias preferidas pelo notebook.

À noite, principalmente antes de dormir, é o momento preferido por 70% dos fãs de séries para "escapar para o outro mundo". Outros 48% preferem acompanhar suas histórias preferidas em meio às atividades do dia a dia.

Além disso, há uma enorme relação entre o consumo de séries e o consumo de produtos e serviços. Alguns destaques são que 66% dos fãs já compraram produtos influenciados por uma série que assistiram, enquanto outros 44% dos fãs pretendem comprar algum produto ou serviço nos próximos seis meses influenciados por alguma série.

Representatividade 

Um total de 65% dos brasileiros afirmaram que preferem séries com situações e histórias que gostariam de viver, por exemplo. Outros 49% gostam de compartilhar trechos e memes de suas séries favoritas, pois os ajudam a expressar como se sentem.

Diversidade é um tema que também não passa despercebido. A pesquisa perguntou quais os públicos deveriam ocupar espaços mais relevantes nas séries: 43% querem ver outros tipos de corpos e padrões de beleza; 40% acham que as mulheres merecem mais destaque nas tramas e 39% querem ver outras nacionalidades representadas nas séries. E isso é ainda mais importante para as minorias, que se veem muito pouco nas telas. Por exemplo: 34% sentem que falta protagonismo de minorias étnicas; Entre as pessoas negras, esse número sobe para 50%.

"Hoje, representatividade e diversidade são uma obrigação dos meios de comunicação. O público sabe quando uma ação é forçada ou real. A causa deve fazer parte do conteúdo, ser um dos destaques da história, ao invés de ser apenas um plano de fundo, uma história secundária. As pessoas querem se ver nos papéis centrais", conclui Williams.

O estudo completo está disponível na plataforma Gente

A pesquisa foi realizada em dois vieses: quantitativo e qualitativo. A fase quantitativa foi desenvolvida pelo Instituto Toluna e a fase qualitativa pelo Coletivo Tsuru. Foram ouvidos mais de 2 mil brasileiros, de todas as regiões, em maio deste ano.

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