Documentário que desnuda o racismo estrutural, ‘Dentro da Minha Pele’ estreia com exclusividade no Globoplay



Nove pessoas comuns. Nove histórias de vida, passadas dentro do cotidiano de uma cidade como São Paulo. Mas, entre elas, um denominador comum: todos têm a triste experiência de terem sido vítimas do racismo estrutural. Neste domingo, dia 23, o Globoplay lança o documentário exclusivo 'Dentro da Minha Pele', que traz histórias que evidenciam episódios racistas vividos por eles e depoimentos de estudiosos sobre o assunto. 
 
O documentário é costurado por relatos desses nove personagens que, através das lentes da câmera, dividem com o público suas experiências de dor, superação, resistência e reinvenção. Entre as histórias contadas no projeto, estão a do médico Estefânio Neto, da modelo-performer Rosa Rosa, dos estudantes universitários Wellison Freire e Jennifer Andrade, da funcionária pública e ativista trans Neon Cunha, da trabalhadora doméstica Neide de Sousa, da corretora de imóveis Marcia Gazza, e do casal formado pela professora do ensino público Daniela dos Santos e pelo garçom Cleber dos Santos, que estão à espera do primeiro filho. 
  
Ao longo do documentário, seis pensadores negros enriquecem o debate ao fazerem reflexões sobre o racismo no Brasil. São eles: a psicóloga Cida Bento, a escritora Cidinha da Silva, a arquiteta Joice Berth, o dramaturgo e pesquisador José Fernando de Azevedo, o historiador e músico Salloma Salomão e a filósofa Sueli Carneiro. Os depoimentos de três cientistas sociais - o sociólogo Jessé Souza, a psicóloga Lia Vainer Schucman e o tenente-coronel da Polícia Militar Adilson Paes - complementam as entrevistas, 

Os respiros poéticos durante o filme ficam por conta da música negra contemporânea e do slam de jovens periféricos. Em um ateliê de arte e pintura, as cantoras Bia Ferreira e Doralyce interpretam a canção "Cota não é Esmola", Chico César apresenta uma nova versão de "Respeitem meus cabelos, Brancos", Luedji Luna aparece cantando "Iodo", Thaíde traz o rap "Algo Vai Mudar", Valéria Houston interpreta o samba "Controversa" e Anicidi Toledo, junto do Batuque de Umbigada, dançam a umbigada "Luís Gama". Numa favela do Capão Redondo, os jovens slamers Bione e Barth Viera comparecem com a poesia produzida na periferia da cidade. 

Diretor do projeto, Toni Venturi usa da metalinguagem para se expor criticamente na narração em primeira pessoa. Ele fala sobre sua ascendência italiana e sobre a conscientização de seus privilégios. Val Gomes, socióloga de descendência indígena e negra, faz sua estreia no documentário assinando a codireção do projeto. 

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